quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Estes são os cinco carros mais leves que a Porsche já fez – segundo a própria Porsche

Há quem diga que antes de trocar pneus, colocar pimenta no motor e mexer na suspensão, uma forma barata, rápida e eficiente de preparar um carro para a pista é a redução de peso. É só tirar algumas coisas do carro – banco traseiro (às vezes, o bando do carona também), revestimentos das portas, carpetes, forração do teto, rádio e alto-falantes – e voilà, você economiza alguns quilos. Claro, falando em nível pessoal, de coisas que você pode fazer sozinho no seu carro sem gastar um tostão.

Agora, se você é uma fabricante de automóveis, a coisa pode ficar bem mais extrema. Especialmente se você é uma fabricante de esportivos como a Porsche, que tem boa parte de sua reputação garantida pelo sucesso nas pistas. Um carro de corrida precisa ser o mais leve possível, e as medidas tomadas para atingir este objetivo muitas vezes fazem fama por si só.

Um exemplo clássico disto é a chave perfurada do Porsche 917K, protótipo com o qual os alemães venceram as 24 Horas de Le Mans de 1970 e 1971. Ele não era o mais leve de todo os Porsche por causa de seu enorme motor flat-12, mas ainda assim usava carroceria de fibra de vidro, estrutura tubular e tinha até mesmo a chave de ignição perfurada – uma modificação mais simbólica do que prática, mas muito bacana exatamente por isto. É como dizer “nós perfuramos a chave para economizar alguns gramas – sim, chegamos a este ponto.” Demais.

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A propósito, adiantamos o Porsche 917K pesava cerca de 800 kg e, para nós, deveria estar na lista. Mas provavelmente a Porsche quis dar mais destaque a modelos menos conhecidos na hora de produzir o mais recente episódio de sua série “Top 5”, com os modelos mais leves já produzidos em Stuttgart. A gente perdoa.

De todo modo, o resultado é um belo vídeo filmado na famosa estrada de Grosslockner, que fica no ponto mais alto da Áustria – a montanha de Grosslockner, cujo cume está 3.798 metros acima do nível do mar. Na estrada, o ponto mais alto fica 2.504 metros acima do nível do mar. São 14 km de curvas fechadas e paisagens de tirar o fôlego, com rochedos e árvores que, em alguns pontos, são permanentemente cobertos de neve. É uma das estradas turísticas mais famosas da Áustria e, segundo a Porsche, o cenário perfeito para mostrar seus cinco carros mais leves.

5 – Porsche 911 Carrera RS 2.7 Sport Lightweight

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O sobrenome Carrera foi usado pela primeira vez no Porsche 911 em 1973 – antes dele, em 1954, havia o 356 Carrera, que era movido ido por um flat-4 com comando duplo nos cabeçotes e foi batizado em homenagem às vitórias da Porsche na Carrera Panamericana na década de 50. Há quem diga que o 911 Carrera RS 2.7 é o melhor dos 911 clássicos: seu visual icônico, com o spoiler traseiro do tipo duck tail; as rodas traseiras mais largas; os freios maiores e seu motor de 2,7 litros e 210 cv com injeção mecânica de combustível formam um conjunto simples e eficiente.

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O Carrera RS 2.7 foi fabricado em 1973 e 1974 em duas versões: a RS Touring, voltada ao conforto, e a RS Sport, que tinha foco na leveza. A carroceria tinha alguns painéis mais finos, assim como os vidros; não havia relógio, descansa-braço nas portas, rádio, para-sol para o carona e nem banco traseiro. O resultado era um carro 100 kg mais leve: 975 kg contra 1.075 kg da versão Touring, sem fluidos.

 

4- Porsche 906 Carrera 6

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O 906 foi o último protótipo de corridas da Porsche a ganhar uma versão de rua para homologação nos anos 60, e o primeiro a usar uma estrutura tubular de aço com carroceria de fibra de vidro – seu antecessor, o Porsche 904, usava um monobloco e parte da carroceria como componente estrutural. Como resultado, o Porsche 906 com motor flat-6 de dois litros (na verdade, 1.991 cm³) e 210 cv pesava apenas 675 kg vazio. Foi uma bela redução de peso ante os 750 kg do 904.

Ele também foi o primeiro Porsche de corrida a ter a carroceria projetada após estudos aerodinâmicos em túnel de vento, o que garantiu uma velocidade máxima de 280 km/h ao fim da reta Hunaudières do circuito de La Sarthe. As portas eram do tipo “asa de gaivota” e o motor ficava sob uma redoma de acrílico transparente.

O baixo peso e a velocidade final alta para um carro de dois litros garantiram bons resultados ao Carrera 6 nas pistas: um sexto lugar em sua estreia, nas 24 Horas de Daytona de 1966; vitórias em sua categoria nos 1.000 Km de Spa e nos 1.000 Km de Nürburgring e uma vitória na Targa Florio daquele ano. Além disso, nas 24 Horas de Le Mans de 1966, quatro exemplares do Porsche 906 ficaram atrás dos três Ford GT40 que venceram a corrida, ocupando da 4ª à 7ª posições.

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O carro que aparece no vídeo é um exemplar especial, que foi encomendado pelo canal alemão ZDF para filmar corridas no circuito de Hockenheim. O 906 tem a carroceria estampada com a logo do canal e personagens dos desenhos animados que eram transmitidos.

 

3 – Porsche 356 SL

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Feito com base na versão Roadster do Porsche 356, lançado em 1948, o cupê 356 SL foi uma das obras primas de Ferry Porsche. Com carroceria toda de alumínio, ele pesava esbeltos 640 kg e era movido por um flat-4 de 1,1 litro e 40 cv – este, descendente direto do motor boxer Volkswagen.

Baseado em um dos primeiros protótipos do 356 cupê, o modelo SL (de Sport Lightweight) tinha uma grelha de alumínio no lugar de cada janela traseira, tiras de couro para fechar o capô e interior desprovido de boa parte dos acabamentos.

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Foi com um exemplar carro que, em 1951, a Porsche venceu sua categoria na primeira vez em que participou das 24 Horas de Le Mans, algo que para a fabricante marca o início de sua história nas pistas. Claro, na classificação geral o pequeno cupê de 40 cv ficou na 19ª posição, mas o significado do feito é muito maior: também foi a primeira vez que uma fabricante alemã participou das 24 Horas de Le Mans depois da Segunda Guerra Mundial.

 

2 – Porshe 718 Formula 2

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O Porsche 718 original era um roadster de motor central-traseiro cujo projeto era bastante semelhante ao do 550 Spyder, com chassi tubular do tipo spaceframe e carroceria de alumínio. A até mesmo o motor era igual ao das últimas versões do 550 — um boxer de quatro cilindros com comando duplo nos cabeçotes (conhecido como quad-cam) com deslocamento de 1,5 litro e 142 cv.

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Para um carro que pesava apenas 570 kg, era potência suficiente. Sua estreia aconteceu nas 24 Horas de Le Mans de 1957 (que foram vencidas pelo Jaguar D-Type), mas o carro conduzido pelo italiao Umberto Maglioli e pelo alemão Edgar Barth sofreu um acidente na volta 129 da corrida.

E que tal uma versão ainda mais leve? Pois bem: graças ao posicionamento central da caixa de direção, o 718 foi facilmente convertido em um monoposto para a Fórmula 2. Removendo-se boa parte da carroceria e deixando apenas o mínimo para proteger o motor, o piloto e os componentes da suspensão, o 718 Formula 2 passou a pesar parcos 456 kg. O peso baixíssimo e a potência razoável garantiram duas vitórias na temporada de estreia, em 1958.

 

1 – Porsche 909 Bergspyder

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Este é provavelmente o mais desconhecido da lista, mas merece estar na primeira posição. Construído em 1968, o Porsche 909 Bergspyder foi feito especialmente para corridas de subida de montanha. Ferdinand Piëch queria um carro à altura de disputar com a Ferrari 212E Montagna, que tinha um flat-12 de dois litros e 280 cv e era construída sobre o chassi tubular da Dino 206, pesando 500 kg.

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Com estrutura tubular e carroceria de plástico (não fibra de vidro, plástico mesmo), o 909 Bergspyder pesava inacreditáveis 385 kg. Com o motor flat-8 de dois litros e 280 cv, o carro tinha uma relação peso/potência de 1,37 kg/cv e era capaz de ir de zero a 100 km/h em cerca de dois segundos. Dois segundos, cara!

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Apesar disto, as Ferrari se deram melhor nas provas de subida de montanha e a Porsche abandonou o projeto após um ano. Isto ajuda a explicar como um carro tão veloz e leve não é tão famoso assim.

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