“Empregamos este tratamento a cada paciente que chega”, afirma Josef Haik, cirurgião plástico e especialista em queimaduras da Faculdade de Medicina da Universidade de Tel Aviv.
Diretor da unidade de queimados do Hospital Cheeba, em Tel Hashomer (próximo a Tel Aviv), onde o tratamento é realizado, Haik usa uma grande sala de simulação do centro médico. “É um quarto virtual com uma estrutura ampla. A ideia central é que usamos um recurso muito barato chamado EyeToy, que funciona com PlayStation 2, da Sony”, disse.
O EyeToy é uma câmera digital parecida com uma webcam, com uma tecnologia que permite fotografar o usuário e reproduzir sua aparência e gestos em imagens, que aparecem em uma simples tela de televisão.
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“As vantagens deste sistema de cura é que o paciente não tem de tocar em nada e que vê a si mesmo projetado no videogame, em vez de se expor diretamente ao espelho”, afirma Haik, que desde 2004 experimenta este tratamento com vitimas de queimadura.
O especialista aponta que uma das vantagens do tratamento virtual é que ele pode ser usado por várias pessoas, evitando o risco de contágios de infecções, já que o doente não tem contato com outros e nem toca nenhum objeto.
Os especialistas consideram que o videogame colabora, além disso, para reforçar a autoestima do doente, já que o jogo aflige e ao mesmo tempo recompensa. “Os pacientes enfrentam desafios em jogos como boxe, tênis ou simplesmente lançando objetos virtuais contra a tela e se sentem gratificados quando conquistam aplausos e pontos com cada êxito”, ressalta Haik.
A depressão e outros sintomas associados a queimaduras graves podem fazer com que o processo de recuperação seja mais doloroso do que deveria, uma brecha que o novo tratamento tenta aliviar, ajudando os doentes nos primeiros passos para aceitar seu novo aspecto.
Assim, para o paciente, poder ver seu rosto ou partes queimadas de seu corpo na tela “é uma exposição menos dura que a antiga, em que o vítima de queimadura se vê no espelho e ficava impactado”, acrescenta Haik.
O game serve, além disso, como tratamento suplementar da fisioterapia tradicional, especialmente delicada na reabilitação, pois os pacientes perdem massa muscular. “Conseguimos que o paciente realize uma ampla gama de movimentos durante o jogo, que são seguidos pelos fisioterapeutas que os monitoram”, comenta o médico.”
Fonte: CiberMundi
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