domingo, 23 de julho de 2017

Project Cars #437: a transformação do meu Golkf GTI Mk3 em um “20 Jahre Edition”

“Meu nome é Barry Allen e eu sou o homem mais rápido vivo. Quando eu era…” Não pera! Esse é outro cara, eu sou só o cara que está na segunda parte de três de um projeto de restauração de um VW Golf GTI Mk3. Caso ainda não conheça pode começar por aqui.

Bom, eu deixei meu carro na funilaria e lá ele morou por quatro longos meses. Até esse ponto eu ainda não tinha ideia do que ia fazer, aliás, eram tantas ideias que eu sabia que existia um risco sério de fazer uma bela cagada!

Fiz o que qualquer designer faria num começo de projeto e fui procurar referências, vi que existiam centenas de versões e peças de customização de época, algumas delas tão raras como a lanterna Hella Magic Colors (RBR), que, quando novas, podem custar mais de 500 dólares lá fora.

hella-rbr

Entre essas andanças, esbarrei no Golf MK3 do Ediel , cujo dono acabou se tornando mentor e amigo, encontrei também aqueles que modificam para ficar com a frente do Jetta Mk3, algo que inclusive já foi falado aqui no Flatout, até que por fim, achei a versão especial de aniversário de 20 anos, um carro que mecanicamente não é muito superior, mas visualmente me agradou muito!

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Para facilitar a descrição do modelo vou colar um trecho do Wikipedia, tá?

” Em 1996, para comemorar os 20 anos da franquia GTi, a Volkswagen produziu 1000 unidades de um Golf que, apesar da mesma motorização dos outros GTis, trazia muitas outras exclusividades. Eles estavam disponíveis em 3 e 5 portas, e era equipado com bancos Recaro quadriculados com o emblema GTi bordado, cintos de segurança vermelhos, a clássica manopla de câmbio em formato de bola de golf, coifas e volante com costura vermelha. Os detalhes vermelhos abrangiam os tapetes, os frisos externos, e pinças de freio. As rodas eram BBS RX II 16″ x 7,5″, semelhantes às de 15″ que equipavam os VR6. Além de tudo isso, o modelo ainda contava com ponteiras duplas cromadas, e faróis de neblina e repetidores escurecidos. Os únicos três opcionais eram o teto solar, o ar-condicionado e uma pintura preta metálica. O preço do seguro era o mesmo do GTi convencional, e isso despertou ainda mais o interesse no modelo. Seis cores foram disponibilizadas e, dos 1000, 600 tinham motor 8v, 150 tinham 16v, e 250 vinham com o motor TDi, sendo que esse último só foi vendido no mercado europeu, com exceção do Reino Unido “

Fazendo um pequeno adendo ao Wikipedia, na Áustria o carro recebeu apenas 400 unidades com bancos em couro, ar condicionado digital e uma plaqueta de numeração próxima ao câmbio.

plataqueta-jahre

Conhecer alguém que já tinha trilhado esse caminho me fez conhecer a oficina que futuramente faria meu carro, a SpportsCar em São Paulo, tenho certeza que se não fosse pelo Eric (dono de lá) não conseguiria completar o projeto, tenho bastante admiração por caras daqui que conseguem fazer tudo sozinho, mas infelizmente não tenho espaço, nem conhecimento ou tempo pra isso, então, precisava de alguém que me ajudasse a viabilizar tudo isso e achar uma boa oficina em que você confie é fundamental. Tive várias dores de cabeça com isso no começo do projeto, o suficiente para depois mandar o carro de guincho de Campinas para São Paulo.

 

Comprando peças

Então era isso, um 20th próximo do original, mas sem exageros, quero dizer que sou bem purista na medida do possível, mas estaria disposto a abrir uma ou outra exceção em coisas que fizessem sentido e fossem comercializadas na época do carro, como no caso do som original nacional Volksline ao invés do VW Gamma.

Com o projeto decidido e o carro na oficina para resolver toda a mecânica que precisaria estar impecável (com alguns pequenos UPs que explicarei no próximo e último post), comecei a ir atrás das peças do 20th, o carro tem vários detalhes legais, porém, o que mais me chamou a atenção foram os parachoques sem setas, fenders, a linha vermelha na lateral e claro, os emblemas europeus! Os emblemas nacionais são diferentes de todas as gerações, aquilo não parecia ornar no carro.

Foi quando realmente listei todos os itens a serem comprados que percebi que a coisa era séria, lembro que certa vez alguém me disse que era mais barato e fácil eu comprar um carro inteiro destes na Europa e retirar suas peças por aqui! O que hoje sei que é um belo exagero.

Dica: Comece a controlar seu projeto desde o começo, isso evitará que você compre peças desnecessárias, parece insano, mas em determinado momento você pode perder o controle, eu usei o Trello , é uma bela mão na roda pra você não perder a linha!

Várias coisas pareciam impossíveis, e eu resolvi exatamente começar por aquelas que pareciam as mais difíceis: as rodas, e que para minha sorte tinha alguém vendendo.

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Além de mais bonitas, elas são nas medidas certas pro carro e ainda bem mais leves, já que são feitas de alumínio, mas, só tinha um probleminha: a furação delas é 5X100 (originalmente o carro é 4×100) e pra fazer isso entrar ou eu usaria um adaptador ou usar os cubos do Passat B3 Vr6, o que também daria um upgrade nos discos de freio.

 

Cuidado com compulsão nas compras

Já que os parachoques, milhas e setas mudariam, resolvi também usar faróis novos, imaginei que aquilo daria uma outra cara pro carro, pesquisando as inúmeras opções eu encontrei os E-code da Hella, uma peça facilmente encontrada como customização das versões euro e mais discretos que os Hella twin que me parecem meio exagerados.

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E-codes do México, Setas e Dummies da Croácia, Lanternas da Alemanha, chaves e pegadores da Bósnia e Spoilers ABT dos Estados Unidos… Toda semana uma caixa de algum lugar estranho chegava em casa e minha timeline do Facebook parecia um site de compras automotivas, eram grupos e grupos do Facebook.

Cada coisa veio de um jeito e nessa hora você apela para todos os amigos e parentes no exterior. Aqui, a cara da minha feliz prima enquanto me trazia os frisos europeus que vieram da Suécia através da Finlândia (Que salada né?)

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DICA: Se você quiser encontrar uma peça que não encontrou no Ebay, procure diretamente no “buscar” do Facebook, é incrível como você encontra grupos de vendas pelo mundo inteiro com aquilo que você precisa, se o grupo parecer bom gere alertas a cada nova postagem de vendas, sua timeline ficará poluída, mas provavelmente encontrará o que precisa!

Claro que nem só de importação você vive, existem algumas pessoas boas e especialistas em peças VW antigas que praticam preços legais, comprei bastante coisa dessa forma, inclusive meus fenders OEM.

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pecas
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Percebi que começar pelo Part number da peça e procurar primeiro em concessionárias, às vezes vale a pena, logo em seguida corria para o eBay para descobrir o nome da peça em outros idiomas para comprar.

Acabei perdendo a mão e comprei várias peças de uma vez. Confesso que algumas, até desnecessárias como um aerofólio, borrachas de vedação do motor e buchas, tudo novinho e na empolgação. E é exatamente isso a síndrome de Jaque:

“Já que comprei isso tudo novo, vou comprar só mais isso…”

E nessas você faz os custos do projeto aumentarem mais que o necessário.

 

Carro liso e pintado

Voltando da funilaria e pintura decidi que os vidros seriam novamente manuais, como saíram de fábrica. Ele tinha os vidros elétricos feito em alguma concessionária mas era uma bela gambiarra, pra ter ideia, o motor era ligado diretamente nos mecanismos da manivela manual.

E antes que você se pergunte, sim, os vidros são manuais e o teto é elétrico e inclusive fecha na chave. Pitoresco né?

pos-pintura

A pintura demorou muito mais que o programado, mas ficou excelente em qualidade, faltavam apenas os parachoques euro que seriam trocados, tive sorte e consegui encontrar parachoques do Golf GL novos no plástico, porém, sem a texturização na parte superior e o espaço onde os filetes vermelhos são aplicados.

Um trabalho que o Arved realizou lindamente:

arved-textura
arved-acabamento-textura
arved-retirando-filete
arved-primer
arved-preparacao
arved-peca-virgem
arved-medicao
arved-brilho

Uma porrada de peças novas compradas e uma decisão a ser feita, fazer ou não swap, é claro que o Vr6 era a mais provável, mas não é exatamente uma busca fácil, tem muito motor comercializado sem documentação por aí, outros que parecem bons, mas não passam por um olhar mais crítico, cheguei a encontrar um motor de Porsche Cayenne (3.2 Vr6) com uma gigantesca e bizarra solda no bloco, abri as possibilidades e cheguei até a cogitar o 2.0 TSI do GTI Mk7, mas exigia mudanças drásticas demais, e queria que o projeto ficasse pronto ainda em 2017, não seria dessa vez que faria um swap então

Desistindo do swap, minha escolha foi dar nova vida ao ABA 2.0, a real é que ele estava cansado com mais de 350 mil km’s, já começava a dar sinais de cansaço e merecia ser refeito totalmente, pesei os custos, considerei alguns leves upgrades e encarei o desafio, e é isto que você verá no próximo e último post deste projeto!

PS: O próximo post será em parte uma surpresa até pra mim, já que, apesar de ter dado partida no motor, ainda não peguei o carro.

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Espero que tenham curtido até aqui!

Por Richard Jesus, Project Cars #437

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